O Metaverso e o Facebook
Se você não sabe o que é Metaverso, não se preocupe. Assim como o termo nuvem surgiu de forma confusa apenas para designar um nome comum para serviços online, o termo metaverso veio para nomear uma tendência irreversível: o fim da barreira entre o real e o virtual.
Ao se deparar com o termo “nuvem” pela primeira vez, você nem desconfiou que já usava serviços na nuvem há anos, só não tinham esse nome ainda: e-mail, lojas virtuais, chats, etc. Agora, acredite em mim, já faz tempo que você faz parte do metaverso e nem desconfia.
O universo virtual, ou seja, aquele que acontece na nuvem, precisa ser acessado por dispositivos que criam barreiras sensitivas em nosso cérebro. Por mais realista que seja o passeio em uma loja virtual, ainda fica muito claro o limite entre você e a tela.
No entanto, já é possível se perder nesta barreira: você já comprou um e-book? Se a resposta for sim, quando você percebeu que você comprou algo que não existe no mundo real? Ele existe dentro de seu dispositivo, mas não no mundo real, palpável.
Não se confunda, um e-book existe sim: há um autor por trás de cada linha, editores, revisores, designers, etc. Mas ele só existe virtualmente e você só teve acesso a ele pois acessou um ambiente virtual: bem-vindo ao metaverso em seus primórdios!
Não são apenas objetos virtuais que estão no metaverso. Um influencer que você só conhece pela tela do seu celular, utilizando tantos filtros que é até difícil reconhecê-lo pessoalmente, também faz parte da construção deste universo.
Pode até parecer estranho que seres humanos possam passar a ser considerados apenas parte de um mundo virtual; mas pesquise sobre esse perfil @rozy.gram e tire sua conclusão: qual a diferença dela e uma pessoa real que você só conhece por uma tela?
Resumindo, o metaverso em si é uma iniciativa de grandes players para tornar a barreira entre o mundo real e o mundo virtual mais tênue, confundindo-os cada vez mais. Talvez o grande sucesso do metaverso será as pessoas valorizarem mais o que é virtual do que o que é real.
Mas onde entra o Facebook nisso?
Recentemente (28/10/21), a Facebook Inc., dona do Facebook, WhatsApp e do Instagram, anunciou que passará a se chamar Meta, em uma ação declarada para demonstrar seu foco em desenvolver um metaverso próprio. E por que será?
Toda uma economia será criada dentro do metaverso. Não estamos longe do dia em que moeda virtual valerá mais do que moeda física. Afinal, você movimenta mais dinheiro através de serviços online ou através de notas e moedas?
O metaverso concentrará a maior parte das transações financeiras, incluindo a compra e venda de produtos físicos e virtuais. Empresas pioneiras em se tornarem bem-sucedidas neste “metamercado”, com certeza estarão no topo das maiores empresas do mundo.
E, só para concluir o raciocínio, empresas que já dominam o ambiente virtual, como é o caso do Facebook, já estão passos gigantes na frente de gigantes de outros setores.
O futuro do metaverso
O sucesso do metaverso está condicionado a uma melhor imersão das pessoas aos ambientes virtuais. Dispositivos de realidade virtual, realidade aumentada, sensores e outros gadgets de imersão se tornarão tão comuns e necessários quanto um smartphone.
Empresas como o Facebook sabem disso, e estão investindo pesado em viabilizar estas tecnologias o quanto antes para as pessoas. Afinal, o player que dominará o metaverso será aquele que tornar as pessoas dependentes de seu universo virtual primeiro.
Estar fora do metaverso será muito mais excludente do que estar fora de uma rede social, afinal, para muitas coisas práticas da vida será necessário imergir neste mundo não tangível. Descolocar-se ou viver experiências físicas será cada vez mais um artigo de luxo.
Quais os benefícios e os malefícios que o metaverso trará para a humanidade só o futuro nos mostrará. Por ora, vou limitar minhas especulações a: um dia vovós e vovôs contarão com nostalgia como era divertido dar uma volta para comprar produtos e se encontrar com os amigos.